quinta-feira, 29 de abril de 2010

HERÓI





"HERÓI É AQUELE HOMEM QUE USA CUECA POR CIMA DA CALÇA!"


MATHEO ANGELO (2009)



Ai daqueles heróis que tentamos ser diariamente...aqui com a sua condição humana devolvida com tamanha precisão! 
                                                                       Rosmari Pereira de Oliveira

A LENDA DA TERRA DO CALOR



Era uma vez uma terra que sempre fazia muito calor e também tinha bravos cavaleiros que enfrentavam dragões e tiravam princesas de torres. Só que os cavaleiros não sabiam que quem causava calor na terra real era o dragão que pisava no chão. Ele vivia na montanha cheia de larva e ninguém nunca teve coragem de ir lá na montanha cheia de larva.

E aí os cavaleiros foram em busca da causa do calor, mas aí eles viram uma princesa presa na torre. Aí eles jogaram a corda na torre e salvaram a princesa. Bic diz: Você pode vir com a gente, princesa Bela? A princesa diz: Eu acho que posso sim.

Aí eles viram a lagosta fugitiva. A lagosta pegou o chapéu da princesa e as espadas e escudos dos cavaleiros. Eles correram atrás dela, mas não alcançaram a lagosta Turbo. Ela é muito rápida, tão rápida que ninguém alcança a lagosta Turbo. E ela só devolve as coisas quando as pessoas pedem com educação, mas ninguém pede com educação. Os cavaleiros continuaram correndo até chegar bem perto dela, mas ninguém chegou muito perto da lagosta Turbo. Aí ela parou de correr para dizer uma coisa. A lagosta Turbo diz: Eu só devolvo se pedirem “por favor” e “obrigado”. Tá bom! Os cavaleiros disseram: Pode nos dar as nossas coisas. A lagosta Turbo diz: Sim!

Aí os cavaleiros chegaram na floresta da ovelha Louca. Ela vive correndo, corre rápido como um foguete, e ela bateu nos cavaleiros, na princesa Bela e na lagosta Turbo. Pelo menos ninguém se machucou, mas a princesa Bela ficou cansada de tanto procurar quem causava o calor. Ela estava muito cansada para continuar a procurar a causa do calor. Ela caiu no sono e sonhou com seu rei que falou: Oh grande princesa Bela, eu ordeno que será a noiva e eu serei o noivo. Aí o casamento chegou e o sonho acabou. A princesa Bela diz: O que, o casamento acabou? A lagosta Turbo diz: Não, o sonho acabou.

Aí eles chegaram na montanha do dragão. Todos deram 50 passos para chegar no alto da montanha do dragão e descobriram que dentro da montanha era muito quente. Aí o dragão foi visto pela princesa Bela, pela lagosta Turbo e pela ovelha Louca. Aí os cavaleiros enfiaram a espada no dragão.

Aí o filhote de dragão rosa nasceu e fim.

Matheo Angelo (2009)



Era um dia morno, sem fogo algum no tempo ou no coração. Eu perguntei: Qual é a história do dia? Ele então me recomendou “a lenda da terra do calor”. Naquele momento de estagnação, demorei a entender quais caminhos eu poderia percorrer naquela terra quente e viva ao lado de seus personagens intensos, ágeis, loucos, exagerados. Aos poucos, porém, fui me deixando guiar por eles. Na mornidão daquele momento reconciliei-me com bravos cavaleiros, salvei princesas aprisionadas em castelos de ilusões; aproximei-me da loucura e da sabedoria dos bichos que nos atordoam e nos protegem. Enfim, descobri que há momentos em que somente a coragem da espada pode fazer nascer a esperança, que inequivocamente é rosa “e fim”!

A SARA E A NANENHA


Era uma vez uma joaninha chamada Sarinha. Na escola das joaninhas tinha uma nova joaninha chamada Nanenha. Nanenha era uma lacraia e aquela escola era de joaninhas e joaninhas tem pintinhas, mas Nanenha não tem porque ela é uma lacraia e lacraias não tem pintinhas. Logo-logo chegou a hora do recreio. A professora diz: Vamos brincar de Queimada? Nanenha diz: mais eu não sei voar. A professora diz não se preocupe. Use os pés, assim corre mais rápido.

Então a professora jogou a bola vermelha. Nanenha correu o mais rápido que podia. Sarinha também voou o mais rápido que podia. Então Nanenha e Sarinha ganharam a brincadeira de queimada.

O recreio acabou e fizeram lição de 1+89 que é =90. Aí acabou a lição e o recreio voltou, quer dizer hora do lanche. Os lanches estavam todos repetidos, todos repetindo porque todos eram folhinhas, por isso todos estavam repetindo. Nanenha diz: Ok. Sara diz: ok. Ai Nanenha e Sara comeram tudo e a senhorita joaninha foi para o parquinho e começou a chover. Ai ela foi voando para a sala de baixo. Joaninhas e Nanenha está chovendo, não podemos voltar para casa porque joaninhas não tem jaquetas nem lacraias. Vamos, temos que esperar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 horas.

Ai a chuva acabou e o sol voltou e Sara levou Nanenha para casa e fim.


MATHEO ANGELO (2009)



Houve um tempo em que Matheo se ocupava em descobrir novos amigos pelo quintal: percevejos, formigas, joaninhas, besouros. Eu confesso que ficava meio embasbacada quando ele, ao sair para a escola, me deixava a missão de cuidar desses novos agregados! A tão sonhada "consciência planetária" poderia ser assim definida? Um mundo onde "joaninhas" e "lacraias" podem ser amigas, ou ainda, onde a joaninha e a lacraia que habitam cada um de nós podem conviver em harmonia?

EU OUÇO

"Mãe, quando eu falo minha voz fica no céu?"
Kim,  filho-irmão (1990)


Eu ouço...

Ouço o vento e ouço um martelo

um carro entrando na casa da Ketleen .

ouço uma buzina.

Ouço um avião.

Ouço um carro passando pela rua e passarinhos.

Ouço as folhas se mexendo com o vento

e de novo ouço isso e de novo um martelo

e de novo passarinhos e sinos eu ouço

E de novo o vento

e de novo o vento

e de novo o martelo

e de novo o vento

e de novo o martelo

e de novo o avião

e de novo o martelo.

Voz de gente...


Matheo Angelo (2010)



Exercitando a escuta, descobriu-se, para além das ondas sonoras, a poesia...Essa eterna busca dos meus meninos !

A DUPLICAÇÃO DE MATHEO *



Era uma vez um menino chamado Matheo. Ele gostava de fazer cópia de si mesmo e de jogar no computador. Mas um dia alguém apertou o botão muitas vezes. Este alguém apertou umas 399 vezes. Aí a máquina de Matheo explodiu e soltou um montão de Matheus. Quando o Matheo chegou no quarto ele viu que alguém apertou o botão muitas vezes e criou uma bagunça.

Na manhã seguinte o Matheo tomou café e aquele alguém apertou o botão só mais uma vez. Aí quando o Matheo foi no quintal apareceu outro Matheo. Matheo diz: Ah não, isso não devia ter acontecido. Tenho que encerrar este caso de duplicação. Então preciso descobrir quem mexeu na minha máquina de cópias do Matheo. Então vou perguntar prá mamãe...Ô mamãe, quem mexeu na minha máquina de cópias do Matheo. Rose diz: Eu não sei. Matheo diz: Eu também não sei. 


Aí o Matheo foi escrever no diário quando uns outros Matheus foram escrever também. Matheo diz: Ah não, de novo não, isso não devia ter acontecido! Como ontém está uma bagunça, como na semana passada. Eu tenho que desvendar este mistério.
Aí o Matheo foi para a escola quando os outros também foram para a escola do Matheo. Aí a Ana olhou prá trás e viu um montão de Matheus. Aí todo mundo viu um montão de Matheus quando a perua estava totalmente apertada por causa dos outros Matheus e eram muitos...E aí quando chegaram na casa de Matheo todo mundo caiu da perua por causa dos outros Matheus e apareceram muitos guarda-roupas para os outros Matheus. O Matheo diz: Nossa, quantos guarda-roupas!

 

Aí o Matheo viu a culpada: Nathália e fim.



MATHEO ANGELO - 2009

Matheus = Presente de Deus...  Andando pelas ruas de San Mateo veio a               inspiração. Deise falou: coloca um "TH", fica mais forte! E assim surgiu "Matheo". As pessoas sempre estranham: Matheus? E eu explico: Não, Matheo, um só Matheo! Nessa história ele brinca com o enigma de ser único e muitos ao mesmo tempo!




AUTO-RETRATO (2010)

* Inspirada na série "Pink Dink Doo" (Discovery Kids)